Transtorno do Interesse / Excitação Sexual Feminino (Desejo Sexual Hipoativo)
Na última classificação das disfunções sexuais femininas no DSM-5, as queixas de desejo sexual reduzido e problemas na excitação foram agrupados em uma única disfunção, nomeada Transtorno do Interesse / Excitação Sexual Feminino. Um dos motivos que alguns pesquisadores entenderam que esse agrupamento faria sentido, é que diversas mulheres podem apresentar uma sobreposição dessas dificuldades (das fases de desejo e excitação do ciclo de resposta sexual) e/ou então apresentar dificuldade em diferenciá-las.
Sendo assim, é possível que exista uma grande variação de sintomas (queixas) que podem ser apresentadas nesse quadro, variando desde a falta de interesse pela atividade sexual, ausência de pensamentos eróticos ou sexuais e relutância em iniciar a atividade sexual e em responder a convites sexuais da parceria, até a incapacidade para ficar sexualmente excitada e para responder aos estímulos sexuais com desejo associada a ausência de sinais de excitação sexual física, frente a um estímulo sexual que seja adequado para esta mulher.
Alguns estudos estimam que entre 11 a 20% das mulheres preencham os critérios para essa disfunção. É comum que junto ao conjunto de sintomas desse transtorno, a mulher também possa apresentar dificuldade para experimentar o orgasmo, dor na relação sexual, atividade sexual pouco frequente e discrepâncias no desejo do casal, além de dificuldades no relacionamento e transtornos do humor.
Quando os sintomas ocorrem por diversos meses e causam sofrimento para esta mulher, o tratamento será indicado. Outras queixas sexuais, mesmo que não preencham todos os critérios para este transtorno, também merecem uma avalição cuidadosa e um tratamento adequado.
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento desses sintomas: experiências e atitudes negativas acerca da sexualidade, história de depressão, transtornos ansiosos, funcionamento sexual e/ou disfunção sexual da parceria e algumas condições médicas como diabetes melito, doenças intestinais e disfunções da tireoide.
O tratamento para essa condição é individualizado, a depender de uma ou mais questões que podem estar envolvidas na gênese dessa disfunção e que varia em cada mulher. Geralmente se faz de forma multidisciplinar, incluindo avaliação psiquiátrica e tratamento de outros possíveis transtornos quando associados (por exemplo, depressão), avaliação ginecológica e terapia sexual (psicoterapia com psiquiatra ou psicólogo/a especialista na área da sexualidade).