Transtornos Sexuais Dolorosos
De acordo com um estudo realizado no Brasil em 2016, 17,8% das mulheres brasileiras apresentam relatos de dor na relação sexual, sendo que, diversos fatores podem ser responsáveis por gerar esta dor.
Na última atualização do DSM-5, as dificuldades previamente colocadas de forma distintas, nomeadas de dispareunia (dor durante a relação sexual) e vaginismo (contração involuntária de parte da musculatura da vagina gerando dor e dificuldade de penetração), foram agrupados em uma condição chamada Transtorno da Dor Gênito-pélvica / Penetração.
Neste, estão as mulheres que podem apresentar dificuldades persistentes ou recorrentes com uma (ou mais) das seguintes condições: para ter relações sexuais com penetração vaginal; dor vulvovaginal ou pélvica intensa durante a relação sexual vaginal ou nas tentativas de penetração; medo ou ansiedade intensa de dor vulvovaginal antes, durante ou após a penetração vaginal e tensão ou contração dos músculos do assoalho pélvico durante tentativas de penetração vaginal.
Quando a queixa é de dificuldade na penetração vaginal, esta pode ser variada, sendo limitada a algumas situações ou com determinadas parcerias, até uma incapacidade total, incluindo dificuldade para realizar exames ginecológicos e inserção de absorvente interno, além das dificuldades nas relações sexuais com penetração.
No caso da dor vulvovaginal, essa pode ocorrer tanto de forma espontânea, quanto provocada (como na estimulação física ou relação sexual), podendo ser experimentada como “queimação”, “cortes”, “tiros”, “pancadas” e até persistir por algum tempo depois da relação sexual.
Na condição em que há medo ou ansiedade intensa de dor vulvovaginal, é comum que a mulher passe a evitar situações sexuais / íntimas.
Já nos casos de tensão ou contração dos músculos do assoalho pélvico, este pode ser variável quando a intensidade, sendo imprescindível uma avalição com ginecologista ou fisioterapeuta de assoalho pélvico.
Geralmente as queixas relacionadas a dor gênito-pélvica atingem o ponto máximo durante a fase inicial da vida adulta e no período pós-menopáusico e diversos fatores podem contribuir para os transtornos sexuais dolorosos, sendo estes: ambientais (história de violência sexual e/ou física), genéticos, fisiológicos, questões relacionadas à cultura e religião (educação sexual inadequada, tabus sexuais).
Devido a ampla possibilidade desses fatores, cada um deles deverá ser cuidadosamente investigado. Após a constatação de um ou mais deles é que o tratamento poderá ser proposto, de forma individualizada, direcionado às características e necessidades de cada mulher.